segunda-feira, 21 de junho de 2010

Eu te amo... Bridget Jones

De repente eu me sinto inclusa em algum tipo de grupo e minha ansia de ser algum experimento cientifico falho some.
Sim, eu tenho uma heroína! Minha amada Bridget Jones.
Quando havia assistido os filmes já aconteceu uma identificação espontânea, mas, agora lida a ultima pagina do livro na banheira reclamando que estou sem dinheiro pra comprar um shampoo bom, me senti aceita, incluída e entendida.
Quem nunca teve um Daniel Cleaver na vida que atire a primeira pedra, Quem nunca prometeu uma dieta e desistiu meia hora depois também, promessas e mais promessas para parar de fumar e no outro dia já tinha passado das 19 guimbas as duas da tarde... um horror, já diria Bridget.
Me sinto tão feliz, de repente todas as minhas ânsias femininas explícitas num livro,
Coisas que não saem da nossa cabeça nem por um decreto, escritas ali de uma maneira bem humorada.
De uma hora pra outra me sinto normal, vejo que minhas manias são normais.
Que é perfeitamente aceitável ficar meia hora no espelho me contorcendo imaginando como seria uma plástica geral, pensando que deus podia aparecer na tv e me dizer:
- te devolvo seu corpo antigo, um cartão de crédito sem limites, e uma carteira que toda vez que for aberta aparecerão 5 mil reais. Eu me sinto normal em calcular as calorias das coisas que como e ver que sempre estouram o total permitido a noite.
Eu quase me matar por uma bota texana,querer que alguém me dê uma de presente, eu odiar experimentar roupas em lojas, comprar cremes anti-strias e ficar massageando tais partes na esperança de uma renovação.
De a dois anos atrás estar odiando os homens, querendo mais que eles se f*****.
E um mês depois quase fazer promessa pra arrumar um namorado decente.
E depois ter esse namorado, e querer ficar sozinha.E brigar ferozmente, depois fazer sexo maravilhosamente bem.
De ter vontade de esganar quando ele não fala que estou bonita, e de duvidar quando ele diz. De pensar em não ser desejada por não ganhar calcinhas de renda preta e corselets maravilhosos cheirando morango com champagnne. E me sentir uma deusa do sexo com uma calcinha de algodão estampada de estrelinha, sem sutiã e uma camiseta escrita : Hanseníase tem cura. Desejar jantares maravilhosos banhados a vinho , morangos,
Velas, salto alto e terno e gravata. Me divertir comendo sopa de caneca pelada.
Quase morrer quando ele ta chato, mas me permitir ser chata pra ele, hahaha.
De odiar todos os amigos daquele ser, preferir os meus, como se fossem pessoas decentes esses meus amigos. Ter vontade de matar as ex namoradas/mulher dele feito galinhas de granja, arrancando a cabeça e deixar sangrar até morrer, isso inclui algumas amigas gentis demais também, sem nenhuma contradição nesse quesito.
E mesmo tendo um namorado me perguntar insistentemente: Porquê eu não sou amada, é porque eu sou gorda, é porque eu falo palavrão, porquê?
Me sinto confortável por perceber que as horas que eu passo lembrando de como eu era e como eu teria poder se ainda fosse bonita daquele jeito são tão aceitas por Bridget.
E até a mania de pensar que eu sou uma panela sem tampa, que ninguém combina comigo, que talvez meu destino seja morrer sozinha e ser encontrada três semanas depois, semi-devorada por um pastor alemão.
E pensar que cada cara é um Mark Darcy, até ver seu lado Daniel Cleaver, cachorro, repulsivo...idiota!
E me matar, me martirizar, me remoer por coisas bobas.

Sim, eu devo ser irmã de Bridget Jones.
Talvez o peso também esteja ligado a isso.

De repente eu me amo e me aceito, tudo isso por um livro.
Obrigado por do nada aparecer algo que me entenda e me explique.

Nada mais.

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